Na matemática do Universo, o destino dar-nos-á
sempre daquilo que lhe dermos.
Não digas que Deus sentencia alguém a torturas
eternas.
Tanto quanto podemos perceber o Pensamento
Divino, imanente em todos os seres e em todas as coisas, o Criador se manifesta a nós outros - criaturas conscientes, mas imperfeitas - através de leis que Lhe
expressam os objetivos no rumo do Bem Supremo.
Essas leis, na feição primitiva, podem ser
abordadas nos processos rudimentares do campo físico.
O fogo é agente precioso da evolução, nos limites
em que deve ser conservado; entretanto, se colas a mão no braseiro, é natural
incorras, de imediato, nas consequências.
A máquina é apêndice do progresso; contudo, se
não lhe atendes as necessidades, sofrerás, para logo, os resultados desastrosos
da negligência ou da indisciplina.
Ocorre o mesmo, nos planos da consciência.
Na matemática do Universo, o destino dar-nos-á
sempre daquilo que lhe dermos.
É inútil que dignitários desse ou daquele
princípio religioso te pintem o Todo-Perfeito por soberano purpurado,
suscetível de encolerizar-se por falta de vassalagem ou envaidecer-se à vista
de adulações.
Os que procedem assim podem estar movidos de
santos propósitos ou piamente magnetizados por lendas e tradições respeitáveis que o tempo mumificou, mas se esquecem de que, mesma ante as leis dos homens,
pessoa alguma consegue furtar, moralmente, o merecimento ou a culpa de outra.
Bem que nos falta
No
estudo da perfeição, comecemos por vigiar a nós mesmos, corrigindo-nos em tudo
aquilo que nos desagrada nos semelhantes.
Muitos
pregam contra o desperdício dos administradores da causa pública e instalam-se,
entre as paredes domésticas, como se devessem atravessar a existência numa
carruagem de luxo, sobre lixo dourado.
Outros
criticam autoridades, apontando-as por verdugos do povo, e tiranizam, no lar,
as mãos obscuras e generosas que lhes amassam o pão.
Vemos
os que amaldiçoam a guerra entre os povos, e vivem, no aprisco familiar, com a
truculência da fera solta.
Há
os que indicam a pena de morte para os irmãos que enlouqueceram na delinquência,
e manejam, em casa, o punhal invisível da ingratidão.
Muitos
lideram primorosas campanhas de socorro à infância desprotegida, e enxotam, por
vagabundo, o primeiro menino infortunado que lhes roga um vintém.
Outros
guardam a enciclopédia na cabeça e jamais se lembram de estender o alfabeto ao
companheiro atrelado à ignorância.
Vemos
os que cantam hosanas à virtude e encastelam-se no conforto individual,
afirmando que a caridade é fábrica de preguiça.
E
há os que ensinam sabiamente, quanto à bondade e a simpatia, a se
movimentarem, na senda particular, despedindo farpas magnéticas, entre os
melindres e aversões.
Nestes
apontamentos humildes, a ninguém censuramos, de vez que, com evidentes
exceções, até ontem éramos todos nós igualmente assim.
Hoje, porém, com a
doutrina espiritual no comando da fé, sabemos todos que a lei do progresso
confere a cada Espírito a possibilidade de adquirir o bem que lhe falta, a fim
de que a justiça estabeleça o merecimento de cada um, na pauta das próprias
obras.
Conjuguemos,
assim, conselho e ação, palavra e conduta, na mesma onda de serviço renovador,
compreendendo, por fim, que o bem que nos falta nem sempre é o bem que ainda
não desfrutamos, mas sim o bem dos outros que, em nosso próprio benefício,
nos cabe fazer.
Justiça
Deus
é amor; amor que se expande do átomo aos astros. Mas é justiça também. Justiça
que atribui a cada espírito segundo a própria escolha.
Sendo amor, concede à
consciência transviada tantas experiências quantas deseje a fim de
retificar-se. Sendo justiça, ignora quaisquer privilégios que lhe queiram
impor.
Não
afirmes, desse modo, que Deus bajula ou condena.
Recorda
que não podes raciocinar através do cérebro alheio e nem comer pela boca do
próximo.
O
Criador criou todas as criaturas para que todas as criaturas se engrandeçam.
Para isso, sendo amor, repletou-lhes o caminho de bênçãos e luzes, e, sendo
justiça, determinou possuísse cada um de nós vontade e razão.
A
vida, assim, aqui ou além, será sempre o que nós quisermos.
E
não sofismemos a palavra de Jesus, quando prometeu ao companheiro de
sofrimento, no Calvário, que estaria com ele no paraíso, como poderia estar em
qualquer instituto de educação, no
mundo espiritual, porque foi o próprio
Cristo quem nos informou, de maneira incisiva, que o Reino de Deus está dentro
de nós. Ante os
mundos superiores
Quando
nos referirmos aos mundos superiores, recordemos que a Terra, um dia, formará
entre eles, por estância divina.
Atualmente,
no entanto, apesar das magnificências que laureiam a civilização em todos os
continentes, não podemos alhear-nos do preço que pagará pela promoção.
Sem
dúvida, os campos ideológicos da vida internacional entrarão em conflitos
encarniçados pelo domínio. As nuvens de ódio que se avolumam, na psicosfera do
Planeta, rebentarão em tormentas arrasadoras sobre as comunidades terrestres.
Contudo,
as vibrações do sofrimento coletivo funcionarão por radioterapia na esfera da
alma, sanando a alienação mental dos povos que sustentam as chagas da miséria,
em nome da ideia de Deus, e daqueles outros que pretendem extirpá-las, banindo
a ideia de Deus das próprias cogitações.
Engenhos
de extermínio desintegrarão os quistos raciais e as cadeias que amordaçam o
pensamento, remediando as agonias econômicas da Humanidade e dissipando as
correntes envenenadas do materialismo, a estender-se por afrodisíaco da
irresponsabilidade moral.
Enunciando,
porém, semelhantes verdades, é forçoso dizer que não somos profetas do
belicismo, nem Cassandras do terror.
Examinamos
simplesmente o quadro escuro que as nações poderosas organizaram e que lhes
atormenta, hoje, os gabinetes de governança, ainda mesmo quando se esforçam por
disfarçá-lo nos banquetes políticos e nos votos de paz.
E,
ao fazê-lo, desejamos apenas asseverar a nossa fé positiva no grande futuro,
quando o homem, superior a todas as contingências, respirar, enfim, livre dos
polvos da guerra que lhe sugam
as energias e lhe entornam inutilmente o sangue em esgotos de lágrimas.
Abrindo
as estradas do espírito para essa era de luz, abracemos a charrua do suor,
pela vitória do bem, seja qual seja o nosso setor de ação.
Obreiros
da imortalidade, contemplaremos os habitantes da Terra a emergirem de todos os
escombros com que pretendam sepultar-lhes as esperanças, elevando-se em
direitura de outras plagas do Universo!
E enquanto nos empenhamos, cada vez mais, em
largas dívidas para com a Ciência que nos rasga horizontes e traça caminhos
novos, vivamos na retidão de consciência, fiéis ao Cristo, no serviço
incessante de burilamento da alma, na certeza de que, se a glorificação chega
por fora, a verdadeira felicidade é obra de dentro.
Considerando
as elevadas missões dos Espíritos que se agigantaram nos louros da virtude,
reflitamos nos compromissos anônimos que rogamos, com ardor, em nós e por nós.
Encontraste
o marido ideal e a abastança doméstica; no entanto, recebeste no próprio
sangue o filho retardado que te corta o coração por difícil problema.
Um
dia, compreenderás que, noutras épocas, foi ele o companheiro que induziste à
loucura.
Dispões
de títulos respeitáveis para luzir nos encargos mais nobres e padeces uma
esposa mentalmente fixada na fronteira do hospício.
Um
dia, compreenderás que, em estradas distantes, foi ela a parceira menos feliz,
em cujos pés colocaste lama escorregadia, para que resvalasse, desamparada, na
esquina do sofrimento.
Tens
dinheiro e instrução, mas carregas um pai irascível e intransigente, que mais
se assemelha a um tigre de sentinela.
Um
dia, compreenderás que ele vive assim por defeitos da educação que lhe
impuseste em outra existência.
Percebes
a grandeza da obra de que te responsabilizas, sem achar colaborador que te dê
mão no trabalho, arrostando, sozinho, a obrigação de fazer.
Um
dia, compreenderás que te valias, ontem, da confiança alheia para tiranizar os
que mais te amavam, e lutas, hoje, desentendido, para te libertares da
violência.
Possuis
conhecimentos admiráveis e legiões de amigos que tudo fazem por ajudar-te;
contudo, amargas penosa anormalidade orgânica, à maneira de espinho oculto.
Um
dia, compreenderás que a mutilação e a deformidade, a inibição e a moléstia
constituem remédios nos pontos fracos da própria alma.
Desfrutas
mediunidade notável e não consegues outro mister que não seja o consolo e o
apaziguamento na própria casa.
Um
dia, compreenderás que carecias de longo tempo, desempenhando a função de
bússola viva para alguns poucos viajantes do mundo, arrojados por ti mesmo nas
trevas das grandes provas.
Acalentas
projetos superiores, exaltando anseios de ascensão e sonhos de arte; no
entanto, gastas o próprio corpo, dobrando a cerviz sobre o tanque ou lavando
pratos e caçarolas.
Um
dia, compreenderás que para sermos livres é preciso escravizar-nos, por algum
tempo, ao pé daqueles que, por algum tempo, nos foram também escravos.
Bendize
as dores desconhecidas que te pungem, silenciosas!
Agradece
as ocupações ignoradas que pediste alegremente, na Vida Espiritual, e que,
muita vez, exerces chorando na vida física.
Se
ninguém, na Terra, te anota o serviço obscuro, recorda que Deus te vê! Se todos
te desprezam, à face das tuas atividades supostas insignificantes e humildes,
ainda mesmo por entre lágrimas, regozija-te nelas, aguardando o futuro.
Ninguém
consegue realmente ser grande, quando não aprendeu a ser pequenino.
Perguntas,
muita vez, de alma inquieta, que vem a ser o bem, tão diversas surgem as
interpretações, ao redor do bem, por toda parte.
Entendamos,
contudo, que o bem genuíno será sempre o bem que possamos prestar na obra do
bem aos outros.
*
Colheste
pedradas, na construção a que te dedicas; no entanto, compadeces-te da mão que
te ultraja, interpretando-lhe os golpes por sintomas de enfermidade.
Ouviste
frases insultuosas, em torno do teu nome, e registras a agressão por loucura
daqueles que as pronunciam, sem alterar-te no auxílio a eles.
Sofreste
assalto, na tarefa que realizas, mas não te revoltas contra a injúria dos que
te invadem a seara de esforço nobre, trabalhando sem mágoa, no clima da
tolerância.
Podes
falar, com razão, a palavra acusadora contra o adversário que te feriu; contudo, reconheces a ofensa por crise de ignorância e, nem de leve, te afastas da desculpa irrestrita.
Tens
bastante merecimento para destaque e ocultas-te, na atividade silenciosa, sem
fugir à cooperação, junto daqueles que te dirigem.
Conservas
a possibilidade de reter o melhor quinhão de vantagens e não te lembras disso,
ofertando o melhor de ti mesmo aos que te comungam a experiência.
O
bem é luz que se expande, na medida do serviço de cada um ao bem de todos, com
esquecimento de todo mal.
Sem
afetação de santidade, ajudemos o próximo, a fim de que o próximo aprenda a ajudar-se.
Sem
cartaz de virtude, olvidemos as faltas alheias, reconhecendo que poderiam ser
nossas, diante das franquezas que carregamos ainda.
Recorda
que, se há espíritos transviados ou injustos, em de- cúbito
moral, através do
caminho, são eles tão necessitados da parcela de teu amor quanto os famintos, a
quem dás espontaneamente o prato de pão.
A
felicidade real nasce, invariável, daquela felicidade com que tornamos alguém
feliz.
Façamos,
assim, aos outros o que desejamos nos façam eles, na convicção de que, se
cuidamos da lei do bem, a lei do bem cuidará de nós.
Francisco
Cândido Xavier
Pesquisado por Dharmadhannya
Psicoterapeuta Transpessoal
Este texto está livre para divulgação desde que seja
citada a fonte:
Repassando à Chama Violeta da Purificação e da
Liberação, que
abre nossos caminhos e nos leva para frente.
se puder repasse...
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Coloque a mão no seu coração e sinta o fogo do amor Divino da sua Alma no seu coração.
Libera! Libera! Libera!
Esto livre para ser feliz!
eu sou Luz!
Que seu coração ascenda a Chama da
liberação e do dharma;
Amem!
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